Hoje em dia muito se fala em TDAH como se fosse algo que está “na moda”, aparecendo com maior frequência no nosso dia a dia. Porém, na verdade, o que sabemos é que atualmente temos um maior número de diagnósticos do que antigamente.
Quem nunca ouviu: “Na minha época não tinha isso?”; “Os adolescentes da minha época não tinham tanto “mimimi” como essa geração de hoje em dia!”;
“Hoje tudo é culpa do TDAH.”;
“Todo mundo hoje em dia tem algum transtorno.”.
Pois é, ouço isso com muita frequência, inclusive no meu consultório e, em especial, de pais de pacientes meus. Acontece que, antigamente não tínhamos uma cultura de investigar e ir atrás de algum diagnóstico e, por isso, os mais velhos tem a sensação de que não existiam esses problemas como ansiedade, depressão ou TDAH.
Porém, se pararmos para analisar os adultos e idosos de hoje, perceberemos muitos reflexos dos jovens que eles foram e carregam, muitas vezes, até os dias atuais, sintomas tardios de tais transtornos por não terem sido diagnosticados e, por isso, não terem tratado ou buscado ajuda.
E isso, traz a ideia e a crença de que na época deles, isso não existia.
Usando o próprio TDAH como exemplo, temos os sintomas clássicos e mais conhecidos que são: facilidade em se distrair, desorganização, dificuldade de se concentrar, desatenção, agitação, impaciência, perda frequente de objetos, impulsividade, dentre outros.
E existem alguns outros sintomas que aparecem mais em adultos e que também podem ser característicos desse transtorno em maior ou menor grau, que são:
dificuldade em seguir rotina, esquecimentos com facilidade, falta de foco e atenção, alteração de humor frequente, sentir-se entediado com facilidade, dificuldade de seguir o que lhe é proposto e até dificuldade em relacionamentos.
Na vida adulta, esses sintomas são corriqueiramente avaliados como “normais”, ou como parte da personalidade de cada um, vindo junto com o apelido de “avoado” ou “desligado”.
A ideia deste artigo não é diagnosticar ninguém, apenas alertar para sintomas que podem não parecer tão óbvios e que estão muito relacionados à falta de diagnóstico e tratamento correto do TDAH.
Além disso, também é importante conscientizar de que, se você está percebendo alguns sintomas nas pessoas próximas a você, principalmente em crianças e adolescentes, não menosprezem acreditando que é só uma fase ou que é apenas uma pessoa distraída. Investiguem, vão atrás para saber como lidar.
Falando especificamente da fase da infância e adolescência, é de extrema importância um acompanhamento e o tratamento correto para o melhor desenvolvimento cognitivo e escolar.
Na minha experiência com adolescentes, vejo muitos sintomas que foram deixados de lado como se não fossem importantes e que impactam diretamente na aprendizagem e no desempenho dessas pessoas na vida acadêmica, como por exemplo, no vestibular.
Caso tenha dúvida se tem algum sintoma ou se pode ter TDAH, não deixe para depois e vá atrás para descobrir se esse realmente é seu caso, ou não.
Quanto antes iniciar o acompanhamento, menos impactos isso terá na vida adulta.
Muitos psicólogos podem ajudar no diagnóstico e, principalmente, no tratamento desse transtorno.
As condutas, dicas e orientações variam conforme o grau do transtorno diagnosticado.
Então, te convido: se observe mais! Saiba lidar com suas dificuldades! Tenha um direcionamento! Isso pode mudar a sua vida!
Por: Stella De Luca (psicóloga)
- TAGS
- TDAH