por Well Mag

HIPNOSE

Como alguém pode usar a hipnose para se libertar?
Muitas vezes esquecemos que somos responsáveis ​​por nossos pensamentos  mesmo os padrões habituais que nos deixam loucos e nos arrastam para baixo são, em última análise, nossas ações.

A hipnose pode nos ajudar a retomar o controle de nossos pensamentos para quebrar hábitos prejudiciais e padrões arraigados. Passamos muito tempo dizendo ao cérebro o que não podemos ou não devemos fazer e, ao fazê-lo, criamos muitos cenários negativos em nossos pensamentos.

O trabalho concentra seus clientes na identificação dos pensamentos que os desencadeiam (sejam eles quais forem, desde medos específicos ao estresse crônico), percebendo a pessoa que eles poderiam ser se esses pensamentos / bloqueios fossem removidos e, na verdade, derrubando seus pensamentos negativos.

Você é hipnotizável?

A hipnose é muito mais comum do que se imagina. Você já deve ter se auto-hipnotizado milhares de vezes e nem percebeu. Um exemplo: sabe quando você está indo para algum lugar, mas acaba se distraindo com os próprios pensamentos e ao chegar nem se lembra do caminho que fez? É uma forma fraquinha de hipnose. “O estado hipnótico é parecido com o que acontece quando você fica absorto, lendo um livro ou vendo um filme”, afirma o psiquiatra e especialista em hipnose David Spiegel, da Universidade Stanford. É um estado de grande atenção, em que o cérebro foca em uma coisa e se desliga do resto. Mas não tem nada de extraordinário; é um mecanismo que faz parte do funcionamento normal do cérebro.

Existem vários métodos de hipnotizar, mas todos seguem a mesma lógica. Tanto faz se o hipnólogo balança um objeto ou diz palavras suaves – o que conta é prender a atenção da pessoa e reduzir seu grau de inibição. Se essas duas condições forem atendidas, pronto: você conseguiu calar o sistema límbico e cativar o neocórtex, e a pessoa está hipnotizada. “O que você diz para hipnotizar a pessoa não é tão importante. O que importa é o seu jeito, o seu tom de voz”.

Nossa suscetibilidade à hipnose pode ser obra da seleção natural. Ao longo da evolução da humanidade, em que as situações de dor eram muito mais comuns do que hoje, quem tinha mais capacidade de ignorar o próprio sistema límbico e suportar o sofrimento físico levou vantagem na vida. É por isso que, hoje, 80% da população mundial é hipnotizável em algum grau. Mas como medir o grau de sensibilidade à hipnose? Consiste num teste de mais ou menos 50 minutos, com 3 sessões de 12 exercícios que testam habilidades hipnóticas cada vez mais difíceis, como regressar mentalmente à infância, ficar sem poder abrir os olhos, obedecer a uma sugestão pós-hipnótica, tornar-se incapaz de sentir odores fortes e desagradáveis, e o exercício mais difícil de todos, esquecer tudo o que aconteceu durante a sessão. A sensibilidade à hipnose se mantém estável durante a vida é a mesma na infância, na idade adulta e na velhice, não tem relação com o sexo, a escolaridade ou a inteligência das pessoas. E é hereditária.

Isso se deve a uma diferença estrutural no cérebro. Pesquisas feitas na Universidade de Virgínia, nos EUA, revelaram que o cérebro das pessoas altamente hipnotizáveis possui duas características marcantes. É mais assimétrico a divisão de tarefas entre os dois hemisférios do cérebro é mais intensa do que em pessoas comuns. Os cientistas especulam que a superconexão faça as informações fluir mais facilmente dentro do neocórtex (que se divide entre os dois hemisférios do cérebro). E por isso o cérebro tenha maior facilidade em suprimir, ou ignorar, a atuação do sistema límbico.

Existe um lado perigoso da hipnose?

A sugestão pós-hipnótica realmente existe é possível programar o cérebro de pessoas altamente suscetíveis. Além disso, é possível resistir à sugestão pós-hipnótica, que costuma desaparecer após alguns minutos (em casos extremos, alguns dias). Ou seja: ao contrário da crença popular, uma pessoa hipnotizada não vira um robô nem fica em transe para sempre se o hipnotizador sumir. Isso não quer dizer que os hipnotizados não possam ser induzidos a fazer coisas que não querem (ou não existiria o truque de fazê-los comer cebola achando que é maçã).

Afinal, hipnose é um estado extremo de atenção. Se você não presta atenção, não pode ser hipnotizado. Também não há evidências de que a hipnose cause qualquer dano. Ela só tem um risco: pode induzir falsas memórias.

A hipnose é uma ferramenta poderosa, que já vem embutida no cérebro e pode ser usada de maneira positiva. O pior que pode acontecer é ela não funcionar com você. Relaxe, feche os olhos, respire. Sua cabeça está ficando pesada.

 

 

Matéria inicialmente publicada pela revista Superinteressante

4 comentários em “HIPNOSE”

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