por Daniela Peroneo

DISNEYELA

Prisões… Nenhuma prisão é boa, visto que em seu conceito está a limitação ou a privação da liberdade.

Prisões foram socialmente criadas como forma de punição na idade média. Logo, jamais uma prisão será um local de conforto.

Assim, uma vez que as prisões possuem este significado social, certamente pensar que nós mesmos criamos simbolicamente prisões para nós, não é algo salutar.

Mas como e porquê as pessoas criam prisões nas quais se mantém em situações, relações e posições que trazem prejuízos para suas vidas?

Durante nossa vida, vamos nos construindo na relação com as outras pessoas e na influência que vivemos do ambiente no qual conviemos.

Nestas interações vamos construindo nossos valores, solidificando nossa personalidade e caráter. Na convivência vamos também construindo ideias e criando expectativas sobre as pessoas e sobre o que queremos ou não em nossas vidas.

Nessa construção constante, muitas vezes nos aprisionamos em situações justamente por causa de conceitos que construímos e idealizamos sobre a vida.

Isso acontece quando nos mantemos em uma profissão que nada tem a ver com a gente e pouco nos traz de retorno, mas sentimos que não podemos mudar nosso rumo e nossa direção.

Também acontece em relacionamentos, dos quais não se consegue sair por acreditar que se precisa tanto do outro que pouco a pessoa olha para si mesma e para a boa relação que precisa primeiro construir consigo própria.

As prisões que uma pessoa cria para si podem ser múltiplas: desde prisões nas quais uma 

pessoa não se sente capaz de algo e nem tenta, até prisões nas quais você passa seus limites para provar coisas aos outros ou agradar outras pessoas e esquece de você!

Uma prisão sempre envolve sofrimento, um tempo que passa, diálogos pouco generosos e limites que pouco permitem o pleno desenvolvimento de um potencial.

Então porque será que nos colocamos em prisões? Em um estado interno no qual não nos sentimos vivendo o que realmente gostaríamos de estar vivendo?

Cada pessoa possui uma história encadeada de eventos que para ela tiveram significados que influenciaram na criação de sua prisão. No entanto,esta criação costuma estar associada às crenças que a pessoa possui. Quando acreditamos que merecemos algo (positivo ou não para nossas vidas) nos comportamos de maneira a criar uma realidade que nos leve a isto. O mesmo acontece quando temos crença de que precisamos, de que podemos, de que somos… Crer-se amado, amparado e valorizado nos leva a uma predisposição para nos relacionarmos com os outros. Contudo, seja na medida que for, pensarmos que estamos em uma relação de desamor, desamparo, desvalor, nos leva a outra interação.

Com isso eu quero dizer que, nossas crenças, a imagem que construímos de nós mesmos, o quanto conseguimos ser compassivos conosco, são fatores que influenciam a criação das nossas prisões e influenciam no tempo que lá permanecemos.

Mas como sair das prisões nas quais nos colocamos? Como sermos cada dia mais gentis e generosos com a gente mesmo de uma forma que muitas vezes somos com os outros mas não com a gente?

Sair de uma prisão criada por nós mesmos é um processo. O primeiro passo é compreender isso. Processos levam tempo. Processos dependem de investimento e de disciplina. Processos não acontecem do dia para noite. Nós estamos em constante construção e quanto mais aprendemos sobre nós, mais temos a capacidade de realizar escolhas mais adequadas em relação ao que nos faz bem.

Com isso afirmo que o autoconhecimento, expande a visão que podemos ter do que é o nosso norte e de como chegar lá.

Além disso, quando você percebe que está em uma prisão é natural que você perceba um desconforto, logo, ao invés de projetar nos outros o que podem estar fazendo com você, eu sugiro que você se olhe e busque perceber o que você está fazendo com você!

Qual a sua participação e quais escolhas que consegue ou não fazer neste momento que te levam a estar no que está vivendo e que não te gera satisfação.

É fato e certo que nem todos os limites são ruins e que limites são necessários. 

Entretanto, olhe bem para os limites que você se coloca e que não precisam mais existir, porque estão ali correspondendo a uma visão automática de como você pensa que deve agir, mas que, em algum lugar, seu você já consegue vislumbrar um sonho de liberdade. Pare de ser seu algoz! Cada dia de vida importa. Você importa.

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