Você já se trancou numa torre?
Era uma vez uma linda jovem que vivia feliz sua vida. Ela era apaixonada e gostava muito da pessoa com quem vivia. Até o dia em que ela descobriu uma grande mentira dele e a sensação dela foi que seu mundo caiu. Muita dor, sofrimento e a decisão de ir embora.
A linda jovem se mudou para uma torre. Sua torre era linda e muito aconchegante. Lá havia muita felicidade, com muitos momentos de alegria e de diversão. Amigos iam e vinham, mas nenhum príncipe conseguia entrar na torre, pois toda a vez que tentavam, algumas armadilhas eram abertas pela própria jovem e jogavam longe cada um dos pretendentes que se aproximavam.
Você já viveu isso?
Já afastou pessoas que queria perto porque você se trancou em uma torre que te dava conforto, a maioria das coisas que você queria e a aparente sensação de proteção. Mas, você sentia que algo faltava quando os momentos tristes apareciam em meio a sua felicidade?
No caso dessa jovem, o que lhe faltava era viver e acreditar que podia viver um grande amor novamente.
Por quê?
Pelo fato de que quando ela viveu uma história que para ela era seu grande amor, ela descobriu muitas mentiras, e descobriu que a pessoa para quem ela dava todo o seu amor não era nada daquilo que lhe falava.
Foi doloroso e com a dor a criação de defesas! Essa criação de defesas é um processo normal do nosso cérebro, nós desenvolvemos sabotadores que buscam nos defender, mas também dificultam a nossa vida e tornam ela mais pesada do que deveria ser. Há todo o momento nosso cérebro aprende e, por ser inteligente e desejar evitar a dor e o sofrimento, quando vê que algo gera esse sofrimento ele busca caminhos para que o mesmo não volte a acontecer.
No caso dessa jovem, ela se trancou em uma torre alta e não deixava ninguém entrar dentro dela junto com ela.
Contudo, podemos expandir o pensamento sobre se isolar, pois muitas pessoas se trancam em torres por outros motivos. Você já pode ter se trancado numa torre porque sofreu muito em sua infância e com isso se afastou de seus pais e/ou de seus irmãos. Você pode ter se trancado em uma torre alta porque tem dificuldades de se comunicar e falar daquilo que sente e pensa e com isso prefere ficar quieto ao mesmo tempo que seu desejo é outro.
Os motivos podem ser vários e o grande alarme acontece quando a pessoa percebe que aquela torre não lhe supre mais, que ela quer algo mais de sua vida, mas a defesa que possui em relação a esse algo a mais é tão forte que afasta ao invés de aproximar o foco, meta ou desejo da conquista.
O que fazer?
Como desarmar as armadilhas da torre que você mesmo aciona e que destroem ou prejudicam a construção daquilo que você mais deseja?
O nosso cérebro aprende com os estímulos e acontecimentos diários. Um acontecimento e algo comunicado entram em nossa vida e podem gerar uma crença. A intenção do outro com quem interagimos não necessariamente pode ser a de criar crença alguma. Contudo, após instaurada uma crença, nossas atitudes, pensamentos e buscas acontecem com base na crença cristalizada.
Então, entramos num processo de retroalimentação crenças-comportamentos-resultados e crença alimentada, que vai se tornando forte e feliz e que te limita quando acontece algo que é aquilo que você nunca quis.
Quebrar esse ciclo é possível. Sair da torre ou deixar um grande amor entrar e desenvolver a liberdade de escolher conscientemente também. Tudo depende de ressignificação, de entrar em contato com aquilo que aconteceu, compreender o papel disso em sua história, trabalhar com essas crenças (quebrar as necessárias) e agir em direção ao que você deseja.
A partir daí a busca é aceitação, tanto dos acontecimentos como da necessidade de honrar e respeitar tais fatos em sua história. Acolher quem você é e se direcionar rumo ao que pretende conquistar como a sua realidade. Por fim, a partir da ressignificação, de novas emoções, surgem também novas crenças e novos comportamentos.
Eu mesma já me tranquei em uma torre e consegui sair dela quando percebi que a vida pode ser muito maior do que aquilo que estamos acostumados e também quando vi que as defesas me encerravam num lugar que me limitava muito mais do que afastavam quem eu não queria lá junto comigo. Hoje, liberta, vou para onde eu quiser e escrevo dia a dia a história que desejo para mim.
Fim! Ou, talvez, o início do melhor capítulo da vida!
Permita-se sair da torre em que você se tranca.