Tenho vivido uma situação que possivelmente você já viveu em algum aspecto de sua vida, que é quando você busca respostas para questionamentos e não recebe respostas.
No meu caso a situação é bem específica, e ouso dizer que a falta de resposta é uma grande resposta.
Contudo, vamos pensar mais amplamente. Por que em relações que estabelecemos com outras pessoas existem momentos em que essas dificultam a comunicação, ignorando os questionamentos ou mesmo as colocações que são feitas?
Isso pode acontecer por diferentes motivos: o outro pode não saber responder, o outro pode saber responder mas não quer dizer, pode ser porque a sua pergunta não tenha uma resposta coerente, pode ser por medo de assumir uma posição ou porque aquilo que você pergunta expõe atitudes impróprias, escolhas realizadas de forma indevida ou muito mais.
Enfim, fato lógico é: toda pergunta merece uma resposta. Aliás, alguns filósofos defendem que mais importante do que as respostas são as perguntas, pois elas desacomodam o comodismo, permitem o pensamento e a evolução. Inclusive, o anseio de um poderia ser o anseio de outros. Logo, quando somos parte de uma família, de uma empresa ou de qualquer outra relação, quando uma pessoa ignora repetidamente aquilo que você pergunta a intenção é fazer você não se sentir parte.
Alguns teóricos inclusive citam esse comportamento como violência verbal, prática que precederia a violência psicológica. Acredite, pessoas a utilizam em diferentes relações e inclusive mobilizam outros para que a utilizem também.
Contudo, quando se conduz relações dessa forma o resultado a médio e longo prazo se torna muito ruim.
Alguns se defendem atrás das circunstâncias, ou culpam o outro para agir assim. Inexperiência? Talvez até possa ser, inexperiência em gerenciar relações humanas.
Mas o não responder ou o sair pela tangente demonstra muito mais nas relações humanas do que aquilo que é falado: demonstra, no mínimo uma desconsideração com o outro, mas pode chegar a uma falta de respeito bastante grande.
E, claro, caracteriza-se como a inexperiência em administrar conflitos, aceitar pensamentos divergentes ou mesmo de, humildemente, mostrar aquilo que não se sabe.
Eu não gostei da experiência nas poucas vezes que agiram assim comigo, porém sempre analisei o contexto envolto na situação.
Aliás, vejo casos de pessoas que agem dessa forma projetando suas dificuldades nos outros. Afinal, mais fácil é dizer que o outro está errado do que perceber o que se passa com o seu silêncio.
Por quê? Simplesmente porque o silêncio pessoal é extremamente barulhento. E se uma pessoa não sabe olhar para si e não sabe olhar para o outro, ela ignora e projeta.
Assim, se você já passou por isso – e creio que já deve ter passado – pois grupos sociais possuem pessoas que utilizam essas formas de ação para tentar neutralizar a dúvida, não caia no erro de tomar para si o que é do outro.
E não importa que outras pessoas não percebam. Afinal, uma hora ou outra o barulho interno transborda e as implicâncias de um discurso explicitado ou mesmo omitido sempre aparecem!
Por isso, fique tranquilo! Perguntar com educação qualquer dúvida só ofende ou é ignorado quando a projeção do outro em você for muito maior do que a capacidade ou o desejo de consciência.