Os brasileiros pagam mais por serviços que no exterior são acessíveis à maior parte das pessoas, não é novidade. O setor e academias de ginástica encontra-se em disparidade inexplicável de preço e modelo de negócios, se comparado ao mercado americano.
Com mais de 53 milhões de alunos, os Estados Unidos são o maior mercado de academias do mundo. O Brasil é o 2º maior em número de estabelecimentos (30,7 mil) e o 4º em numero de alunos (7,8 milhões). Mas os preços das mensalidades não espelham tal proximidade.
Segundo a International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA), mostram que um americano paga U$ 10 dólares, por um plano de academia em redes populares (Planet Fit – equivalente a Smart Fit no Brasil). Aos que desejam investir mais, pagam até U$150 dólares (academias de Manhattan da rede Equinox), a mais exclusiva do país, já os clubes de esporte que cobram preços U$ 200 dólares e oferecem até mesmo campo de golfe aos alunos.
No Brasil, o valor mínimo está em torno de R$69,00 (Smart Fit), enquanto a mais cara, a unidade da Bodytech no Shopping Iguatemi, em São Paulo, cobra mensalidade de R$950,00 de seus alunos, mas o valor pode saltar para mais de R$1.500,00 por exemplo se o aluno quiser optar por aulas de pilates, yoga, natação ou dança, pagando separadamente ou adicionando o custo de um personal trainer.
O investimento alto do ‘all inclusive’ das academias.
As pessoas estão estão cada vez mais dispostos a pagar “altas” mensalidades em troca de mimos, como frutas e água mineral durante a malhação, além de serem atendidos por instrutores que receberam até mesmo aulas de etiqueta. Alunos têm à disposição desde sala de maquiagem até toalhas umedecidas para secar o suor em algumas academias.
A demanda por academias de luxo cresce porque o consumidor brasileiro de alta renda segue padrões internacionais, e não se contenta com pouco. “Ele viaja mais, conhece academias de luxo de outros países, equipamentos mais atualizados, serviços de ponta e exige isso aqui no Brasil. O que eles buscam, na verdade, é o conceito de exclusividade, não só em academias, mas em tudo”, diz Eduardo Tomiya, da Brand Analitcs.
As academias brasileiras estão mirando experiências semelhantes às encontradas em outros países. A Reebok, que possui unidades no Shopping Cidade Jardim e no complexo hoteleiro do Caesar Park, em São Paulo, também possui academias em Nova York e Londres. E todos os alunos podem frequentá-las por até 5 dias por trimestre, segundo o sócio José Otávio Marfará.
As academias mais caras do Brasil
Grandes redes do país, como a Companhia Athletica, Reebook, Bodytech, BioRitmo, e a academia Sett+Co, no Itaim, acreditam que a cultura do ‘self-service’, tão enraizada nos Estados Unidos, não foi bem aceita no Brasil, pois aqui as pessoas gostam de “ser mais assistidas”.
Mas a expansão das redes de academia de baixo custo, como a SmartFit, que pertence à BioRitmo, mostra o contrário. Como oferecem apenas musculação e aparelhos de exercício aeróbico (esteiras e bicicletas ergométricas), cobram mensalidades mais baratas, em torno de R$69,00, em contrapartida, não há aulas.
O GymPass, um programa de compra de aulas avulsas que começa a ser aceito em muitas academias do país. Um dado interessante é que o GymPass mostra que 80% das pessoas que começam a frequentar as academias do plano corporativo não faziam academia antes.
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Ainda que as grandes redes não estejam dispostas a flexibilizar planos, em parte devido ao fato de o consumidor brasileiro aceitar pagar pelo que não vai consumir, os empresários do setor já perceberam que oferecer menos serviços por um valor menor é estratégia para lá de lucrativa.
Nos Estados Unidos, o faturamento anual é de é de R$60 bilhões, segundo a IHRSA, já o mercado nacional, os ganhos não chegam a R$9 bilhões ao ano, apesar de o número de academias quase se equiparar ao do Brasil.
