Quando estamos confinados, perdemos a nossa rotina e reduzimos a nossa atividade física. O confinamento gera um sentimento de incerteza, de tédio e de solidão. E quanto mais longo, mais importantes são as repercussões na saúde mental.
Sabemos que no casal, cada um dos cônjuges tem dinâmicas e ritmos diferentes e neste momento de reclusão, vão ter que lidar com questões que no dia a dia, eram diluídas pelo cotidiano.
As questões não são novas, mas ficam mais intensas, mais potencializadas!
Como podemos lidar com esta situação que é nova para todos, dentro do contexto familiar? Como vamos cuidar das situações que estão nos acontecendo?
Agora estamos tendo um convívio de 24 horas por dia, temos os espaços físicos divididos, estamos mais irritados, estamos trabalhando em casa e, em muitos casos, na companhia dos filhos….
Sabemos que na China, logo que foi liberada a quarentena, aumentou o numero de pedido de divorcio. Há noticias disso também em Nova York. A Rússia proibiu a Justiça de homologar divórcios durante este período.
Como cuidar, neste momento, para que a relação não se deteriore?
Este não é o melhor momento para acusações, auto responsabilizações, vitimizações nem brigas. Agora é hora de cada um dar o melhor de si, colaborando e se acolhendo.
Imagine um carro que parou de funcionar no meio da estrada com crianças dentro! Este não é o momento de acusar o outro porque não fez a revisão, ou quem deixou de pôr gasolina. Agora é hora de tirar este carro da estrada, ser proativo, e depois da calmaria poder conversar.
Temos que ter conversas e atitudes de colaboração, até acabar a quarentena e tentar não apertar o gatilho.
O que pode ajudar um casal neste momento?
– Fazermos combinados sobre como proceder, durante a quarentena, caso ocorra algo que nos tenha chateado;
– Este é um período precioso para o exercício da diplomacia, do autocontrole e do cuidado, para cada um poder dar o melhor de si;
– Anotar tudo que nos chateou, para depois que tudo passar, poder conversar, caso ainda considere importante;
– Importante que os casais mantenham uma rotina,
– Que possam dialogar sobre como se sentem, quando o outro age de determinada maneira, mas sem acusar. Por exemplo: Ao invés de falar: você não esta me ajudando!!! Falar: eu estou precisando de ajuda. A mensagem é a mesma, mas a forma é muito diferente;
– Que cada um exercite a sua paciência o quanto puder, neste momento;
– Talvez este momento seja uma excelente oportunidade para trabalharmos as diferenças;
– Refletir sobre o que esta lhe tocando e sobre a forma como abordar o outro, nas questões que lhe incomodam;
– Considere que cada um tem uma forma de pensar e de reagir as questões;
– Não minimizar o problema do outro, mas, sim, escutar com calma o que o outro esta dizendo;
– Saiba acolher o sentimento do outro;
– Aja com empatia e sabedoria;
– Seja gentil, saiba acolher;
– Evite provocar e não aceite provocações;
– Exercite a tolerância no limite;
Muitas vezes, os nossos sentimentos nos mostram quais necessidades precisam ser atendidas.
Amanhã abordaremos o tema pais e filhos, pais idosos e auto reflexão.