Buscar a perfeição é uma ilusão. Contudo, de forma geral, as pessoas buscam a perfeição pessoal, nas relações, nas coisas que têm e nas sitações que vivenciam.
Mas será esse um hábito saudável?
Na busca de perfeição comparamos a nossa vida com a vida dos outros, os nossos hábitos com os hábitos dos outros, os nossos corpos com os corpos dos outros, as nossas conquistas com as conquistas dos outros, as nossas relações de amizade, de família e amorosas com as dos outros. E assim vamos nos sufocando, imaginando que para o outro é muito mais fácil, que quase tudo é perfeito ou próximo disso, enquanto que para nós tudo passa muito mais longe do idealizado.
Esse comportamento, sentimento ou busca gera frustração. Uma grande frustração que vem da comparação com aquilo que não é comparável.
Quando conhecemos alguém também temos a tendência de idealizar que essa pessoa seja perfeita como desejamos, e com isso possamos alcançar o sonho que temos de viver junto àquela pessoa.
Queremos conhecer pessoas perfeitas e prontas, mas todos nós temos os nossos erros, nosso passado e nossa bagagem.
Todos que nos conhecerem precisam saber disso, e nós precisamos saber disso em relação ao outro.
Pessoas não nascem e não existem para satisfazer as necessidades e os anseios dos outros, embora existam pessoas que possam compreender as coisas dessa forma.
Somos seres que possuem bagagens. Nossas bagagens são formadas de acertos e de falhas que nos trouxeram ao exato momento que vivemos hoje.
Essas bagagens representam a nossa evolução humana: as aprendizagens que tivemos, os tombos que caímos e a forma como levantamos. Nessas bagagens estão contidas aquelas pessoas que amamos, aqueles que nos amam ou amaram, os sonhos, as ideias, os pesares. Quanto mais experiente você ficar, e a cada mudança de lua, maior sua bagagem será!
Procure, dessa forma, pensar e responder: que bagagem você carrega e acha pesada demais? Que bagagens o outro traz quando encontra você?
Nossas bagagens são nossas histórias, pois nossas histórias e escolhas constituem nossa vida e quem nos tornamos com a passagem do tempo.
O que você tem escolhido viver e o que tem escolhido contar sobre aquilo que vive?
Reflita comigo: tentar a perfeição em qualquer sentido pode ser uma busca utópica que te leva a caminhar. Entretanto, lembre-se que você não irá alcançá-la nunca, ninguém irá, e está tudo bem! Então, não deixe essa busca (se a sua escolha for buscar a perfeição) tirar a sua paz!
Na nossa vulnerabilidade nós nos diferenciamos; na aceitação e no respeito nós amamos e acolhemos. Não deixe a pseudoperfeição alheia te esmagar e te fazer sentir pequeno.
Carregue suas bagagens com orgulho, seja você em toda a magnitude que existe (acredite, ela existe, e aprender a ver isso traz uma paz incrível), pense o que tem sentido e o que não tem sentido para você colocar na sua vida daqui para frente!
Nossa força se constrói de forma muscular! Exercite-a para buscar a si mesmo e seja incrível dentro de todas as particularidades que você possui.