por Luciana Costa

DOR CRÔNICA

O aumento da expectativa de vida impacta diretamente no crescimento do número de pessoas com dores.  Hoje temos um número maior de pessoas com idades avançadas e, com isso, crescem também a incidência de dores na coluna, nas articulações, doenças reumáticas, câncer, degenerações e inflamações. Todas essas doenças associadas à mudança de hábitos ocupacionais podem provocar a condição perfeita para a “dor crônica”.

A dor é uma sensação desagradável, podendo se apresentar de forma aguda ou crônica.  A dor aguda é de curta duração, geralmente relacionada a uma incapacidade temporária e de fácil tratamento. Já a dor crônica é persistente, de difícil diagnóstico e tratamento, pode ou não estar associada a uma lesão e tem duração de tratamento superior, podendo ultrapassar 3 meses.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) 30% da população mundial tem algum tipo de dor crônica, com maior intensidade em mulheres devido à alguma alteração hormonal. A maioria dos pacientes que apresenta dor crônica torna-se parcial ou totalmente incapacitado, de maneira transitória ou permanente, comprometendo a qualidade de vida.

As dores crônicas são difíceis de conviver, interferem em diversos aspectos, prejudicam o sono, o desempenho no trabalho, a movimentação, além de provocar alterações no humor, na capacidade de concentração e até nas relações pessoais. A dor representa uma ameaça ao bem-estar, o que pode gerar reações como ansiedade, medo, raiva, culpa, frustração e depressão. Tudo isso pode gerar mais pessimismo, desesperança e interferir na postura positiva com relação ao tratamento proposto por um profissional qualificado, por isso existe uma grande chance do tratamento não apresentar bons resultados.

Cada pessoa e cada tipo de dor deve ser considerado em sua individualidade, as atividades adequadas para o seu alívio e tratamento seguem a mesma filosofia. Ou seja, não há um consenso, mas sim a necessidade do fisioterapeuta em perceber o que auxilia cada indivíduo no manejo da sua dor.

Com o aumento da prevalência de doenças sem perspectiva curativa, abre-se espaço para o surgimento da medicina integrativa multidisciplinar, além da farmacologia tradicional podemos citar:

– Acupuntura

– Meditação

– Pilates

– Osteopatia

– Fisioterapia

– Hidroterapia

– Microfisioterapia

– Reabilitação Funcional

Evidências científicas demonstram que atividade física é benéfica no tratamento da dor. A analgesia induzida pelo exercício é confirmada pelo aumento do limiar da dor em atletas quando comparados com a população não-atleta. Contudo, os efeitos neurofisiológicos que explicam esse fenômeno ainda são incertos. Uma das hipóteses mais aceitas é a influência do exercício nos mecanismos endógenos de controle da dor.

A performance física tem uma grande atuação na função psicológica e na melhora da qualidade de vida. O exercício aeróbio é o mais descrito e estudado na população sadia e atlética e muito utilizado no tratamento da dor crônica. É comum aparecer dor muscular após o início de um novo exercício, mas esta dor vai diminuindo à medida que nos adaptamos as novas atividades. É importante a alternância de grupos musculares trabalhados, para evitar sobrecarga que levam a dor. O simples fato de uma pessoa se sentir ativa em seus tratamentos já é um sinal de melhora.

Cuidar de uma pessoa com dor crônica representa um desafio para todo o profissional da saúde, por isso, é sempre importante procurar um profissional que saiba escutar e avaliar cada caso para oferecer um tratamento mais completo e específico.

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