por Well Mag

VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA

A realidade de nosso país é de que centenas de mulheres são mortas ou agredidas todos os dias. A agressão física contra a mulher, que vai desde a agressão ao feminicídio, porém, existe um tipo de  violência que é sutil, mas não menos cruel: a violência psicológica.

A Lei Maria da Penha veio para resguardar não somente da violência física, mas da psicológica, a sexual, a patrimonial e a moral.

“No artigo 7º, inciso II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição de autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo `a saúde psicológica e autodeterminação.”   

Por ser sutil nem sempre é identificada, muitas vezes pode até ser negligenciada por quem sofre, sendo na forma de ironias, demonstração de ciúmes, ofensas, humilhação e outras formas de controle. Vem acompanhada de pequenos gestos, repetidas ofensas, criticas ao seu comportamento, imagem, roupas, valores, causando prejuízo `a saúde psicológica e autoestima, tornando-as codependentes de relações abusivas.

Essas mulheres dificilmente pedem ajuda, e quase sempre justificam as atitudes do agressor, e quase sempre precede uma evolução da violência, que passa a ser física.

Precisamos ter em mente que quando um homem xinga, critica nossas ações, seu corpo, desqualifica seus amigos e família, quer controlar sua hora e/ou roupas dentre outras atitudes manipuladoras, isso não é cuidado, tão pouco, afeto.

Médicos, assistentes sociais, psicólogos e policiais afirmam que os efeitos desse tipo de violência causa distúrbios alimentares até depressão, podendo levar ao suicídio.

A violência psicológica é um crime tão grave quanto a violência física, podendo manter a vítima num relacionamento tóxico por anos, onde é humilhada e agredida verbalmente sem forças para sair.

Para aquelas que conseguem terminar a relação, as consequências podem ser irreversíveis: apresentam quadro de baixa autoestima, ansiedade, depressão, síndrome do pânico entre outros.

A mulher que sofre esse tipo de violência tende a culpar a si mesma e não o agressor, ela acredita que ele pode mudar seus atos talvez sejam responsáveis pelas atitudes do homem.

É fundamental que a violência psicológica, apesar de ser comum, não seja naturalizada. As marcas deixadas podem não ser visíveis fisicamente, mas ficarão marcadas na alma.

Consciente de seus direitos, a mulher reconhecerá que sofre abuso e se libertará do papel de vítima que lhe é imposto, superará a instabilidade emocional a que foi submetida  para garantir seus direitos como pessoa, cidadã e mulher.

** Texto AndersonAlbuquerque – Direito da Mulher – Violência Psicológica.

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