Por Luciano Garcia
Tempos atrás, em viagem pela ilha de Bali, mais especificamente em seu refúgio meditativo Ubud, me indaguei sobre o que inspirou a romancista Liz Gilbert a fazer sua jornada de autoconhecimento para a Itália, Índia e Indonésia, em “Comer, Rezar e Amar”. Lá, do outro lado do mundo, tive a certeza de que viagens podem mesmo transformar pessoas. Já acreditava nas conhecidas viagens de imersão, muito antes deste livro, e também depois do filme. Mas em 2020 (depois da quarentena quase eterna) e revivendo 2021, “A Segunda Onda”, é que reavaliei tudo. Viver é experimentar, caso não fosse assim, não estaríamos vivendo, mas somente ocupando espaço. E me perdoem os que conseguem meditar em um apartamento, em alguma metrópole… Mas viagem para dentro de nós mesmos, não se faz dentro de casa, com barulho de trânsito pela janela, crianças gritando ou com as nossas tarefas do dia na cabeça. Impossível. Mas, claro, também é inviável largar tudo e investir em uma trip sem data de retorno, como a autora fez. O que penso ser possível é a união das duas coisas. A viagem interna começa com um deslocamento do seu ambiente habitual para lugares onde se possa estabelecer contato mais próximo com a natureza, com a história e a cultura locais e que se possa, principalmente, aquietar a mente para refletir. E quando o mundo estiver “menos em lockdown”, você pode escolher que tipo de experiência será essa.
“Não habite no passado, não sonhe com o futuro. Concentre a mente no momento presente.” – Sidarta Gautama, o Buda
É bem verdade que o autoconhecimento e a espiritualidade estão em alta, principalmente no momento que vivemos. Parece que todos, de certa maneira, querem ressignificar valores e sentimentos que realmente importam. E aí entram os destinos exóticos, os rituais, os templos e os spas e hotéis de relaxamento com tradições hinduístas, tibetanas ou budistas, por exemplo. Desconectar-se do mundo externo, para se conectar com você mesmo, ainda que a programação seja adiada por alguns meses. O importante é não perder o otimismo.
Butão : joia inesperada na Ásia
Fazer uma viagem para o Butão é uma viagem à paz no sentido mais amplo do significado. Estar em plena Cordilheira do Himalaia, entre Índia, China e Nepal, nos remete aos templos silenciosos e a muita reflexão. Lugar único no planeta, este país místico restringe a entrada de visitantes: viajar, ali, só com guia. Do tamanho da Suíça e interligado por uma única rodovia, o reino do Butão é pátria de apenas 700 mil habitantes, fiéis às tradições e dedicados basicamente à vida no campo. Em vez de metas econômicas, o sucesso da nação é medido pelo Índice de Felicidade Interna Bruta e guiado pelos valores espirituais do budismo. Seus templos e monastérios são tão surreais, que volta e meia você faz questão de lembrar que ainda está no século XXI, tal é a magnitude de suas paisagens emolduradas pelos templos.
A preocupação com o futuro das próximas gerações, está evidente também na lei, que protege 60% das florestas. Trata-se de mais um sinal de que vale a pena encarar o turismo controlado para ter a chance, única, de fazer um roteiro pelo Butão e conhecer uma cultura fascinante, singular e sem interferências do mundo globalizado e em pandemia.
Camboja: para refletir ainda mais
Em uma viagem imersiva pelo Camboja transparecem as profundas marcas de seu passado e de sua história, ao mesmo tempo fascinante e traumática. Desde o majestoso complexo de templos, ao redor de Angkor Wat, do Império Khmer, que reinou dos séculos 10 ao 13, às heranças das ocupações francesa, japonesa e vietnamita, à tenebrosa ditadura do Khmer Rouge. Aqui, 90% da população é budista. Povo gentil, pacífico e otimista. E que, de quebra, fala o melhor inglês da região. O país é pequenino, tem menos atrações que os vizinhos, mas surpreende: o Camboja oferece desde praias idílicas até cidades extremamente interessantes.
“Somos o que pensamos. Tudo o que somos, surge com os nossos pensamentos, com eles fazemos o nosso mundo.” – Sidarta Gautama
Para quem acha que uma viagem ao Camboja se resume ao templo Angkor Wat, o Six Senses Resort em Krabey Island redefine a agenda por aqui. “O clima de romantismo está presente o tempo todo, bem como o cuidado com a preservação ambiental e a sustentabilidade, marcas da rede de luxo. Na capital Timphu há outra propriedade, com ênfase na cultura. E em Punakha você fica hospedado em uma fazenda flutuante envolvida por plantações de arroz.
“Eu não estive em todos os lugares, mas está na minha lista.” – Susan Sontag, escritora
Marrocos : a nova tendência do wellness
Quando as pessoas pensam em destinos de bem-estar, a maioria lembra de resorts no México, desertos em Utah e Arizona ou retiros exclusivos na Ásia, mas um destino se estabeleceu rapidamente como o epicentro do wellness na África – o Marrocos. Um país deslumbrante com uma mistura única de influências árabes e francesas, todo sentido wellness no Marrocos está centrado em torno do Hammam marroquino, um ritual enraizado nas antigas tradições das culturas romana e árabe.
O bem-estar não é novidade no Marrocos, está presente na cultura há centenas de anos. A palavra Hammam é uma palavra árabe conhecida por espalhar calor. Essencial para a experiência autêntica de spa marroquino, o ritual de purificação tradicional começa em uma sala úmida, sobre uma placa de mármore aquecido, com uma esfoliação de sabão preto. Este ritual, rico em simbolismo, acalma, regenera e revigora a alma através da experiência de relaxamento profundo. Esfregada e massageada, limpa e purificada, a pele recupera o brilho e a suavidade e está pronta para se beneficiar de novos tratamentos.
Durante o recente World Spa Awards, a iniciativa global para reconhecer a excelência no setor de spa e bem-estar – o Marrocos levou o prêmio de Melhor Destino de Spa da África. O prêmio é o resultado de uma pesquisa de um ano para identificar as melhores marcas de spa e bem-estar do mundo. Votos foram dados por profissionais que trabalham na indústria de spa e bem-estar, com um número recorde de votos expressos por viajantes de luxo que procuram serviços de bem-estar, demonstrando o crescente apetite por experiências de viagens voltadas para esse fim.
“Um bom viajante não tem planos fixos e não pretende chegar de viagem.” – Lao Tzu, filósofo fundador do taoísmo
Uma parte fundamental do sucesso do destino de bem-estar pode ser atribuída ao icônico Royal Mansour Marrakech e ao seu incrível SPA, que levou para casa o prêmio de Melhor Spa de Hotel do Marrocos. Eles acabam de anunciar a estreia de um spa revitalizado, caracterizado por três marcas renomadas de cuidados com a pele – Intraceuticals, Subtle Energies e Dr. Burgener Switzerland – cada uma conhecida por suas técnicas inovadoras, práticas sustentáveis e tratamentos voltados para resultados. Tratamentos Intraceuticals estão disponíveis atualmente e Subtle Energies e Dr. Burgener Switzerland estreiam em 2021.
Programas de bem-estar para vários dias
Além das novas parcerias com a marca, Royal Mansour também oferece programas de bem-estar de vários dias com tudo incluído, permitindo que os hóspedes mergulhem em uma experiência transformadora. Disponíveis em retiros de três, cinco, sete ou 14 dias, os hóspedes podem escolher entre quatro programas – Rebalance, Controle de Peso, Rejuvenescimento e Reforço da Imunidade – com o objetivo de melhorar a saúde física e mental. Novos programas também serão lançados em 2021, liderados por especialistas do setor, incluindo a osteopata e massagista Ana Mattos, o terapeuta holístico Isaac Vidjrakou, o aromaterapeuta ayurvédico Suraj Varma, o acupunturista e massoterapeuta John Sanchez e o famoso instrutor de Pilates, Hollie Grant.
“O coração em paz vê uma festa em todas as aldeias.” – Provérbio hindu