Como os sintomas se confundem com outras condições médicas, muitas vezes o diagnóstico é tardio. “Por não ser uma doença tão conhecida, as pessoas demoram para fazer o diagnóstico. É muito frequente o paciente já estar com sintomas há um, dois anos, quando chega no consultório”, aponta Dra. Vânia.
Entre os principais sinais está a dor óssea, principalmente nas costas, ocasionada por micro lesões e que em alguns casos podem levar a ocorrência de fraturas– cerca de 80 a 90% dos pacientes apresentam problemas ósseos ao diagnóstico. “Por infiltrar a medula e atrapalhar a produção de toda a parte vermelha do sangue, os pacientes apresentam também anemia. 20% dos pacientes também podem apresentar insuficiência renal por conta das cadeias leves produzidas pelas células do mieloma”, explica a especialista.
Por conta desses sintomas, na maioria dos casos, os pacientes fazem uma primeira consulta com o ortopedista, reumatologista, geriatra ou nefrologista, dependendo da queixa principal. “Quando ele chega no hematologista, que é quem acompanha esses pacientes, o quadro em geral já está avançado”, complementa. De acordo com dados do Observatório da Oncologia, 29% dos pacientes levaram mais de um ano para procurar um médico após os primeiros sintomas.ii
A campanha #MaisPróximosMaisFortes tem como objetivo a conscientização sobre o Mieloma Múltiplo, para ajudar a desmitificar a doença e ampliar o conhecimento sobre esse câncer hematológico.
Apesar de não ter cura e ser relativamente raro, os pacientes diagnosticados encontram uma oportunidade de conviver com a doença com qualidade de vida, por meio da evolução da ciência, que permitiu, nos últimos 10 anos, uma gama de tratamentos e combinações terapêuticas que visam diminuir a progressão e letalidade da enfermidade. As opções de tratamento são individualizadas e variam de acordo com o estágio da doença, sendo que as principais opções são: quimioterapia, drogas imunomoduladoras, inibidores do proteassoma, imunoterapia e transplante de células-tronco hematopoiéticas.iii
Recentemente, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a inclusão no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde de diversas tecnologias que auxiliam no tratamento de doenças graves, entre elas o mieloma múltiplo. O acesso às terapias modernas é de suma importância para evitar a progressão desse tipo de câncer. Neste sentido, a disponibilização de um amplo arsenal terapêutico é fundamenal para garantir a sobrevida e a melhora na qualidade de vida dos pacientes. iv