por Daniela Peroneo

FICAR EM CIMA DO MURO

Quando você não sabe o que fazer e fica em cima do muro

Já experienciou a sensação de não saber o que você quer pra você? Claro que sim! Não me restam dúvidas de que todos nós, vez ou outra, não sabemos o que queremos, não sabemos o caminho que devemos tomar ou mesmo as consequências que estamos dispostos a suportar em decorrência da decisão que tomarmos.

Quando esse tipo de situação acontece, você sente como se estivesse em cima do muro. Um muro que possui o tamanho da importância da decisão que você precisa tomar. Com isso quero dizer que se a situação a qual sua indecisão se refere tiver uma importância enorme para sua vida, o tamanho desse muro será imenso. Se a situação a qual se refere a sua dúvida tiver uma relevância pequena para a sua vida, o tamanho do muro se torna pequenino.

Com essas imagens na cabeça é possível entender que quando você fica em cima do muro, ou seja, indeciso ou sem querer se posicionar a vida muito provavelmente lhe levará a cair em algum momento e, dependendo do tamanho do muro, o tombo irá doer mais ou menos; digamos até que ele pode ser um tombo que pode quebrar um ou outro pedacinho de você.

Mas, afinal de contas, quem subiu no muro?

A decisão de ficar em cima do muro é sempre nossa. Por mais que diferentes circunstâncias se componham, por mais que as pessoas a nossa voltam ajudem a criar a realidade que vivemos, quem se coloca de um lado, de outro ou em cima do muro somos nós mesmos.

Particularmente eu sempre preferi me posicionar. Acredito que posicionamento está relacionado a autoconhecimento, maturidade e inteligência emocional.

Nem sempre é fácil se posicionar, nem sempre é tranquilo, contudo, o fato de nos posicionarmos nos faz saber qual é o nosso lugar, e quando você sabe qual é o seu lugar você pode experimentar a paz de estar lá e usufruir tudo aquilo que existe ali.

Mas é um fato também que às vezes você fica em cima do muro. Você olha pra um lado e pro outro e simplesmente, por questões suas (questões como medo, insegurança, por exemplo) você acredita que ficar lá em cima, paradinho é o melhor lugar.

Vale lembrar que todo processo de escolha requer renúncias. Renúncias são feitas em busca daquilo que é valioso para você. Quando você não sabe bem qual decisão tomar vale muito você ficar atento a quais são os seus valores de vida. Nossos valores de vida são aquilo que nos constituem e que servem como métrica para  encontrarmos as decisões que irão gerar paz para a nossa vida.

Particularmente vejo pouca probabilidade de paz real na indecisão. Na verdade, vejo que na maioria das vezes a indecisão ou a falta de posicionamento gera ansiedade. Além disso, em algum momento, a probabilidade da indecisão é o tombo. É mais ou menos assim: se você não assumir a responsabilidade sobre aquilo que quer em sua vida, a vida vem e se encarrega de decidir ela mesma (e aqui, por “vida” podemos entender outra(s) pessoa(s), as próprias circunstâncias). Que tipo de vida você deseja ter? Uma vida em que seu autoconhecimento é tão desenvolvido que você sabe quem é e onde quer chegar ou outra vida na qual você se coloca em cima do muro para se sentir seguro e para ter tempo de descer para um lado ou para outro, correndo o risco de não conseguir e cair?

Cada um de nós tece as linhas da nossa história em cada decisão que tomamos. Cada linha define os contornos que a sua vida terá, e a responsabilidade por ser autor ou não da sua história é só sua quando você é adulto.

Então, por mais difícil que possa parecer busque compreender quem você é em essência, pois quanto mais você se conhecer mais irá se posicionar para encontrar a história que sempre desejou viver.

Eu desejo que esse texto possa fazer sentido para você. Se ele fizer, deixe o seu comentário.

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